A História de Mwangaza e Mvua: Capítulo 8 A História de Kufana

Makombora: Então tá. Continue se iludindo. Só espero que não saia magoado depois. E não diga que não te avisei!

Mahuluti: Se alguém vai sair magoado, esse alguém é o Mabadiliko!

Na árvore que Kufana morava…

Kufana: Mãe eu posso ir brincar com os meus amigos que não ficaram de castigo?

Kalissa: Pode sim.

Kufanana: Eu posso ir também? Eu não vou demorar!

Kalissa: Kufanana você não pode sair e sabe disso! Ainda mais depois de sair escondida ontem!

Kufanana: Está bem… - Ela estava triste.

Kuaminika: Mamãe eu posso ir com a Kufana? Eu não conheço os amigos dela.

Kalissa: Pode sim filha.

Kuaminika: Obrigada mamãe!

Kufana: O que? Isso não é justo com a Kufanana!

Kalissa: Ela me desobedeceu e ainda arriscou a própria vida por isso. Isso é pro bem dela. Mas leve a sua irmã mais nova.

Kufana: *Suspiro* Está bem. Kufanana eu volto antes do por do sol. Vamos Kuaminika.

Kuaminika: Vamos mana.

Kufana vê Mwanga treinando Mwangaza e decide não atrapalhar e vai até a caverna.

Kufana: Olá pessoal.

Mvua: Oi Kufana. Quem é essa leoa com você?

Kufana: Essa é minha irmã mais nova a Kuaminika. A nossa mãe não deixou a Kufanana vir e eu tive que trazer ela. – Kufana apresenta todos a Kuaminika.

Twin: Por isso você não está feliz?

Kufana: É. Eu e a Kufanana somos muito unidas.

Twin: Eu pensei que não estava feliz porque um certo leão não está aqui.

Kufana: Muito engraçado! –Diz irônica.

Kuaminika: De quem ela está falando?

Kufana: Ninguém. Deixa pra lá.

Kushinda: Mesmo enxergando apenas com um olho eu vejo que vocês não são muito… parecidas. Quer dizer, ela não se parece com a Kalissa.

Kufana: É que ela se parece com o pai e a Kalissa é albina.

Changamoto: Você é albina também não é?

Kufana: Eu não sou uma leoa albina! Sou uma leoa branca! Uma leoa branca não é albina! –Diz com raiva.

Changamoto: Desculpe. E-eu não sabia.

Kufana: Tudo bem, mas que isso não se repita!

Kuaminika: Ela não gosta que a confundam com uma leoa albina. A Kufanana também não gosta.

Changamoto: Eu percebi que a Kufana não gosta. Mas Kufana você e a Kufanana sempre gostam das mesmas coisas?

Kufana: Sim. Temos uma ligação muito forte. Mesmo assim acho um pouco estranho sempre saber o que ela pensa e ela sempre saber o que penso.

Twin: Isso parece ser estranho mesmo. Mas legal também.

Mahuluti: Olá. Então não podem sair da caverna por terem ido ao exílio ontem.

Twin: Sim e em parte por sua causa! Você pediu para que ficássemos mais tempo lá e acabamos sendo atacados por aquele tigre! E você falou que nenhum tigre ia aquele local!

Mahuluti: Como eu ia saber que ele iria aparecer e atacar vocês?

Kufana: Eu soube do que aconteceu. De tudo inclusive de você ligre.

Mahuluti: Mahuluti.

Kufana: Kufana.

Kuaminika: Esqueceu de mim?

Kufana: E essa é minha irmã Kuaminika.

Mahuluti: Vocês não se parecem.

Kufana: A Kalissa não é minha mãe biológica. Ela é minha mãe adotiva. E a Kuaminika se parece com o pai.

Mahuluti: Eu não conheço ele.

Kufana: Ele não costuma ir ao exílio. E ele costuma ficar patrulhando o reino e ninguém aqui conhece ele.

Mshangao: É, mas hoje resolvi abrir uma exceção. – Ele aparece na entrada da caverna.

Kuaminika: Papai! –Ela corre e o abraça.

Mshangao: Oi filha. Oi Kufana.

Kufana: Oi… - Ela diz sem mostrar nenhuma reação.

Mshangao: Bem… eu vou ver a Kufanana. A Kalissa foi examinar uma leoa que foi ferida e a Kufanana ficou sozinha.

Kuaminika: Está bem. Até mais tarde papai.

Mshangao: Até mais tarde filha. Até mais tarde Kufana.

Kufana: Até. – Diz sem mostrar nenhuma reação. – Mshangao vai embora.

Kuaminika: Por que você é assim com o papai?

Kufana: Não sei. Talvez porque ele nunca está muito presente. Eu praticamente não o conheço. E eu não confio nele.

Kuaminika: Eu não te entendo.

Kufana: E nunca vai entender como me sinto. Afinal, meus pais morreram quando eu e a Kufanana nascemos e por nossa causa, então você nunca entenderia mesmo.

Kuaminika: Por que você está assim?

Kufana: Eu não sei. Preciso ficar sozinha! Fique aí com os outros e não me procure! Preciso ficar um pouco sozinha! – Kufana sai correndo da caverna.

Twin: Pelo que eu vi a Kufana e talvez a Kufanana se culpem pela morte dos pais.

Kuaminika: Eu vou falar com ela.

Twin: É melhor não. Ela precisa ficar um tempo sozinha.

Em outro lugar do reino Kufana estava sozinha, sentada chorando.

Kufana: Por minha causa meus pais não estão aqui… por minha causa eles morreram… se eu não existisse seria melhor para eles… eles estariam aqui se eu não estivesse aqui…

Kufanana: Kufana?

Kufana: Kufanana… o que… o qu você faz aqui?

Kufana: Nós sempre sabemos o que a outra está pensando e sentindo. E sentimos a mesma coisa, então eu estou sentindo o mesmo que você agora. – Kufanana começa a chorar também e se senta do lado de Kufana.

Kufana: Então com conseguiu sair? O Mshangao falou que iria até você.

Kufanana: Ele foi, mas teve que sair logo. E eu sai quando comecei a pensar nos nossos pais.

Kufana: Mas chorar e lamentar…

Kufanana: Não vai trazê-los de volta. – Diz completando a frase de Kufana.

Kufana: A Kuaminika está na caverna com os outros. É melhor eu ir busca-la para voltar para casa.

Kufanana: Não precisa voltar agora. Nos vemos mais tarde. – Elas pararam de chorar e Kufanana voltou para a árvore.

Mbalimbali: Kufana?

Kufana: Oi Mbalimbali. O que faz aqui?

Mbalimbali: A Twin me contou o que aconteceu e me apresentou a sua irmã. Eu vim procurar você.

Kufana: Já me encontrou, então atingiu seu objetivo.

Mbalimbali: Então quer dar uma volta?

Kufana: Ah, claro. Por que não. – Eles começam a andar.

Mbalimbali: Então você estava chorando?

Kufana: Sim, mas deixa pra lá.

Mbalimbali: Me conta. Por que estava chorando?

Kufana: Eu estava pensando nos meus pais. Se eu não existisse eles ainda estariam aqui.

Mbalimbali: Mas aí você não estaria aqui comigo. E eu não teria te conhecido.

Kufana: Sim, mas ninguém sentiria minha falta. Não sou importante.

Mbalimbali: Você é importante sim.

Kufana: Para quem?

Mbalimbali: Você é importante para mim.

Kufana: O-o que? – Diz envergonhada.

Mbalimbali: Você é importante para mim Kufana. Não pense que seria melhor se você não existisse porque não seria.

Kufana: M-mas Mbalimbali…

Mbalimbali: Mas o que? Eu gosto de você.

Kufana: Não é isso…

Mbalimbali: Eu tenho que ir agora. Meu pai quer me ensinar algo. Nos vemos amanhã.

Kufana: Está bem. – Mbalimbali vai embora.

Kufana: Se meus pais estivessem aqui… eles me matariam por desobedecer eles. – Lembrando que os pais de Kufana e Kufanana fizeram Kalissa prometer que não deixaria que nenhuma das duas se casasse com um leão negro. Kufana vai até Mshangao.

Mshangao: Kufana o que faz aqui?

Kufana: Eu vou voltar para casa e a Kuaminika ficou um pouco mais com os outros na caverna.

Mshangao: Entendi. Eu vou buscá-la mais tarde.

Kufana: Obrigada… senhor.

Mshangao: Já falamos sobre isso. Pode me chamar de pai.

Kufana: Eu falei que prefiro te chamar de senhor. Já vou indo.

Mshangao: Kufana, espera. Por que me trata assim?

Kufana: Porque eu praticamente não te conheço! Eu raramente te vejo e não te conheço! Um pai estaria mais presente! Agora eu vou pra casa! – Diz brava.

Mshangao: Desculpe. Vou tentar ser mais presente. – Kufana vai embora.

Na árvore em que moravam…

Kufana: Kufanana?

Kufanana: Não precisava voltar tão cedo por minha causa.

Kufana: Eu não te deixaria sozinha.

Kufanana: Mas você parece mais feliz. E preocupada. O que aconteceu?

Kufana: O Mbalimbali… ele me… beijou. – Diz sem jeito.

Kufanana: Ele te beijou?! Me conte tudo! – Ela gostava do Mbalimbali, mas não assumiria isso.

Kufana: Ele me perguntou porque eu estava chorando e eu falei que estava pensando nos meus pais e falei que seria melhor se eu não existisse porque meus pais estariam vivos e ele falou que não seria melhor. Aí eu falei que não era importante e ele falou que eu era importante e me beijou. Depois ele falou que eu era importante para ele e ele teve que ir embora.

Kufanana: E você gosta dele de verdade?

Kufana: Eu não sei.

Kufanana: E depois você pensou que se nossos pais estivessem aqui eles te matariam?

Kufana: Pensei sim. Mais uma vez pensamos a mesma coisa.

Kufanana: Nossa ligação é forte.

Kufana: Com certeza. Mas eu tenho que esquecer o Mbalimbali.

Kufanana: Era o que eu ia dizer! E você sabia que eu ia falar isso e respondeu. Mas se a Kalissa descobrir que um leão negro te beijou ela…

Kalissa: Um leão negro fez o que?! – Kalissa entra na árvore e ouve essa última parte. Ela não parecia estar feliz e não estava. Kufana olhou para Kufanana e Kufanana entendeu o que ela queria dizer: Eu vou te matar!

Kufana: Oi mãe…

Kalissa: Nada de oi mãe! Me expliquem essa história! – Problemas a vista ‘-‘.

Depois de explicar tudo para Kalissa…

Kalissa: Isso não e bom! Isso é mal! Muito mal! – Diz Kalissa andando de um lado para outro.

Kufana: Mãe?

Kalissa: Eu prometi aos seus pais no leito de morte deles! Prometi que não deixaria vocês namorarem, casarem nem terem filhotes com leões negros! Eles vão me matar!

Kufana: Porque eles te fizeram prometer isso afinal?

Kalissa: *Suspiro* Vou contar uma história. – Diz se deitando – Havia um reino distante que tinha ótimos reis e todos do reino eram felizes. O reino era verde, tinha bastante água, muitas manadas naquele reino. Um dia os reis tiveram três filhas. Uma das filhas era uma leoa branca e as outras duas eram albinas. Quando eram filhotes, a leoa branca conheceu um leão da mesma idade e ele era um leão branco como ela. Os dois se apaixonaram. Na adolescência os dois começaram a namorar e uma das leoas albinas conheceu um leão da mesma idade. Um leão negro. Os dois se apaixonaram e logo começaram a namorar. A outra leoa albina conheceu um leão castanho com a juba que crescia um pouco amarelada. Eles se tornaram amigos, melhores amigos. Quando adultos a leoa branca se casou com o leão branco e a leoa albina com o leão negro. A leoa branca assumiu o trono quando seus pais morreram e algum tempo depois engravidou. Mas no dia do nascimento o leão negro se revelou. Ele não era apaixonado pela leoa albina, mas fingiu ter se apaixonado e se casou com ela por querer ser rei daquelas terras. Mas como a leoa albina não se tornou a rainha ele aproveitou o momento e atacou o reino com vários leões negros e os súditos fugiram e os que ficaram defendendo o reino foram mortos por aqueles leões. A rainha, a leoa branca fugiu com o leão branco, mas alguns leões negros foram atrás deles. A rainha começou a dar a luz, naquela noite de caos e confusão. A irmã dela, outra leoa albina que não tinha se casado morava em outro reino e o leão melhor amigo dela também. A leoa branca estava nos limites daquele reino. A leoa começou a dar a luz enquanto o leão branco lutava com os leões negros defendendo a leoa branca. A leoa branca deu a luz a duas filhotes brancas. Duas meninas. Os leões negros foram embora, mas o leão estava morrendo com os ferimentos e se deitou ao lado da leoa que estava morrendo, pois teve complicações no parto. A irmã da leoa branca a viu caída e correu até ela. A leoa branca contou o que aconteceu e disse para a leoa albina cuidar das filhas dela. E a fizeram prometer que não as deixaria ficar com leões negros. A leoa albina prometeu que faria aquilo e pegou as duas filhotes. Ela pegou as filhotes e viu sua irmã morrer diante de seus olhos juntamente com o marido, pai das filhotes.

Kufana: Que história triste.

Kalissa: Sim… Essa é a minha história e a história de vocês.

Kufana: Então você é nossa…

Kalissa: Tia. É eu sou tia de vocês. E seus pais meio que me ameaçaram de não deixar vocês ficarem com algum leão negro. Eles falaram algo do tipo: “Faça isso ou voltaremos do mundo dos mortos para te levar também”.

Kufanana: Eles eram bem ameaçadores.

Kalissa: Mais do que vocês imaginam.

Kufana: E o que aconteceu com a outra leoa albina?

Kalissa: Eu não sei. Desde aquele dia nunca mais tive notícias dela. E eu não sei nem mesmo se ela está viva. – Diz triste.

Kufana: Eu sinto muito. Mas por causa daqueles leões negros nossos pais não querem que nem eu e nem a Kufanana nos evolvamos com leões negros?

Kalissa: Sim. Mas eu vou tentar esquecer isso e é melhor esquecer isso também Kufana.

Kufanana: Difícil. A Kufana ficou do mesmo jeito que você quando conheceu o Mshangao, no dia em que ela conheceu ele.

Kalissa: Tão sério assim?

Kufanana: Sim.

Kalissa: Se continuar assim não vou poder impedir. Sinto muito Kufana. Muito mesmo, mas é melhor você se afastar desse leão.

Kufana: Tudo bem. Eu entendo, mas não sei se consigo esquecer ele.

Continua…

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P.S: Makombora deu um conselho a Mahuluti, mas ele ouviu? Não, claro que não resolveu dar uma de teimoso! Falando no Mahuluti não se esqueça de votar na enquete. Mahuluti e Mabadiliko são rivais assumidos. E pelo jeito muita, muita confusão vem aí. Kufana não parece confiar no Mshangao e também se culpa pela morte dos pais. Mbalimbali beijou Kufana :O Eu percebi que a Kufana não tem a mesma personalidade que eu =/ Só se parece um pouco comigo. Pelo jeito Kufana e Mbalimbali se gostam, mas não podem ficar juntos. A história de Kufana e Kufanana é muito triste =/ Não sei como não chorei escrevendo =/ Quem Mwangaza escolherá no futuro? Mahuluti ou Mabadiliko? Kufana e Mbalimbali poderão ficar juntos no futuro? Kufana irá confiar no Mshangao algum dia? Comentem suas opiniões e descubram no próximo capítulo da história de Mwangaza e Mvua.